Cibersegurança

8 de março | Mulheres na Segurança da Informação e Privacidade

É inegável que a participação das mulheres em diversos setores da sociedade tem passado por um grato crescimento. Mas ainda há muito a ser conquistado.

No mercado de trabalho, por exemplo, ainda se busca maior igualdade em termos de remuneração e reconhecimento, ainda que as mulheres caminhem lado a lado com os homens no que diz respeito à competência e responsabilidade, como é possível se repara ao constatar que o primeiro programa de computador foi criado em 1843 pela Augusta Ada King – uma mulher, muitas coisas precisam ser revistas e mudadas.

Vamos dar uma olhada no cenário da mulher na Segurança da Informação e Privacidade?

CENÁRIO DA MULHER NA TECNOLOGIA

Segundo dados apresentados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), nos últimos 6 anos, a participação das mulheres no mercado de tecnologia cresceu 60%.

Mesmo assim, no Brasil, apenas 31% dos colaboradores desse setor são mulheres.

Os dados acima são comprovados quando checamos uma lista de expositores dos maiores eventos de tecnologia do mundo, sempre com predominância masculina. O mesmo se repete em casos de ataques cibernéticos: os especialistas consultados costumam ser, em sua maioria, homens.

A boa notícia é que este cenário tende a se equilibrar cada vez mais: existem, sim, muitas mulheres atuando em TI e demonstrando toda sua capacidade e profissionalismo.

MULHERES IMPORTANTES NA HISTÓRIA DA TECNOLOGIA

Diferentemente do que costumamos pensar, a evolução da área está repleta de exemplos de mulheres que tiveram contribuições fundamentais, vamos conhecer algumas:

  • Nina da Hora (Ana Carolina)

Nascida em uma família formada por mulheres professoras, é cientista da computação, pesquisadora na área de pensamento computacional, hacker antirracista, professora e dona do podcast Ogunhê. Nina está à frente de duas iniciativas que promovem a inclusão digital através de ensinamentos sobre pensamento computacional.

  • Cláudia Maria Bauzer Medeiros

Doutora em Ciência da Computação pela Universidade de Waterloo (Canadá), Cláudia foi presidente da Sociedade Brasileira de Computação de 2004 a 2007.

Atualmente é professora da Unicamp, onde fundou o Laboratory of Information Systems (LIS), e professora visitante da Universidade Paris-Dauphine, onde 2015 conquistou o título de Dr Honoris Causa.

Tem diversos reconhecimentos internacionais por suas pesquisas e por fomentar a participação de mulheres na área de TI.

  • Margaret Hamilton

É uma cientista da computação, engenheira de sistemas e empresária estadunidense.

Foi diretora da Divisão de Software no Laboratório de Instrumentação do MIT, que desenvolveu o programa de vôo usado no projeto Apollo 11, a primeira missão tripulada à Lua. O software de Hamilton impediu que o pouso na Lua fosse abortado.

Publicou mais de 130 artigos, atas e relatórios relacionados aos 60 projetos e seis programas importantes nos quais ela esteve envolvida.

  • Dorothy Johnson Vaughan

Nascida no estado do Missouri, Dorothy Vaughan formou-se em Matemática e ingressou na NACA (NASA), em 1943.

Especializou-se em computação e seis anos depois chefiou um grupo composto somente por mulheres afro-americanas formadas em matemática.

Dominava computação eletrônica, programação e o processo operacional da primeira máquina IBM usada pelo órgão governamental.

Sua história é contada no filme “Estrelas Além do Tempo”.

  • Ada Lovelace

Diva da programação, já descrevia as operações lógicas de uma máquina mais de um século antes de existir o computador como entendemos hoje. Foi incentivada a estudar matemática pela sua mãe. Trabalhou em parceria desenvolvendo a “máquina analítica”, vista como precursora dos computadores.

LUGAR DE MULHER É ONDE ELA QUISER, INCLUSIVE NA TECNOLOGIA E CIÊNCIA

Uma pesquisa da Booking.com, demonstrou que as mulheres da área de tecnologia entendem a importância de seus cargos para o futuro do setor, tendo a intenção de permanecer na área nos próximos anos.

O estudo, feito a nível global, demonstrou as experiências e as percepções de mulheres que trabalham no setor tecnológico, revelando os níveis de satisfação dessas mulheres diante de promoções e reconhecimento de seu trabalho, ficando claro que isso influencia muito a intenção de seguir na carreira.

Existem iniciativas que estão apoiando cada vez mais a inserção de mulheres nesse setor de trabalho, como a WOMCY, Woman@Comp, o projeto Emílias – Armação em Bits, como várias outras.

A tecnologia é um grande campo para as mulheres. Aquelas que já possuem formação e experiência técnica têm em suas mãos a possibilidade de transformar o ambiente de TI em um espaço cada vez mais acolhedor para a presença feminina.

Cada vez mais as mulheres vêm batalhando para mostrar que competência não tem nada a ver com gênero, mas sim com habilidades e dedicação.

Não existe limite para a realização feminina, seja em Tecnologia da Informação ou em qualquer outro setor.

Feliz Dia Internacional da Mulher!